Assiste de novo o filme “Um sonho possível” que retrata a
vida de Michael Oher, hoje jogador do Baltimore Ravens na NFL.
Todas as vezes que assisto este filme me pego a pensar em
todas as “possibilidades” que nós cristãos temos deixado de viabilizar uma nova vida na vida de
outros. E não quero aqui fazer apologia ao assistencialismo, que aliás não é o
caso no filme, mas sim, ao que é importante, doar vida e assim, gerar vida.
Transformar e ser transformado, é disso que trata o filme,
todo o resto é consequência.
Infelizmente, nós, igreja brasileira, na verdade uma parte
dela, é uma ovelha gorda, inútil e que só causa prejuízo. Por quê?
Não gera vida, está preocupada apenas em engordar ainda mais
(não estou falando apenas de prosperidade, mas sim de egoísmo), ser a primeira,
ser isso ser aquilo. Uma ovelha que não é espelho da razão de sua criação.
A ovelha útil serve, aquece, alimenta, depende de outras
ovelhas. Será que essas características que citei podem ser vistas em nós, ovelhas
do pasto de Jesus?
Temos discursos, frases feitas e de efeito para falar de
serviço. Mas quantos de nós realmente servimos? Doam sua própria vida a fim de
gerar vida em outro, e, sem receber nada em troca por isso, muitas vezes, nem
obrigado.
A igreja no Brasil, e deixo claro o que penso, nos grandes
centros urbanos, principalmente os da mídia, são ricas, basta olhar seus
templos, tempos na televisão e no rádio, mas os “Michael Ohers” estão do lado
de fora, pastores e obreiros os colocam para fora quando querem buscar a Deus
nessas igrejas ( posso falar, porque já vi isso acontecer diversas vezes), e
estes se esquecem que quando assim o fazem, fazem a Jesus, basta lembrarmos do
texto “tive fome e me destes de comer, tive sede...” (Mt 25:35ss).
Muitas igrejas gastam tempo precioso com dízimos e ofertas,
estratégias de arrecadação e por aí vai, a imaginação louca deles é o limite.
Para que?
Ajudar o “Michael”? Prover justiça, dignidade, condições de
educação descente, capacitação para o mercado de trabalho? (Como os donos do
restaurante que, se dispôs a ajudar 2 moradores de ruas, que encontraram o
dinheiro que lhes fora roubado? Dando emprego, treinamento, provendo dignidade
– basta procurar no google sobre isso com data entre 7 e 10 de julho de 2012)
Você que lê essa minha reflexão, tire suas próprias
conclusões sobre sua comunidade de fé, antes de dizer de igreja A, B ou C.
Como Igreja de Jesus, precisamos nos focar no que é
importante, essencial e insubstituível, gerar vida, nova vida. Que não é apenas
“espiritual”, mais uma vez me lembro do texto de Mateus 25 verso 35 e
seguintes, isso é, atendermos as necessidades essenciais e primordiais de nosso próximo, e porque não
dizer irmão.
Mas o que estamos fazendo? Pouco ou quase nada, se pensarmos
que hoje, segundo estatísticas somos 1/3 da população no Brasil.
Uma vez escutei o pastor Russel P. Shedd dizer, (e
concordo), que o verdadeiro avivamento transforma não só pessoas, mas tudo ao
seu redor, organizações, relações de trabalho, casamentos são restaurados, as
estruturas sociais são restabelecidas. O pastor Ariovaldo Ramos disse também,
em umas de suas preleções que assisti, que as estruturas sociais básicas são
transformadas, existe igualdade, justiça e paz quando uma nação se rende a
Jesus.
Existe um chavão evangélico que diz “1 com Deus é maioria”,
ora se somos 33% da população onde está a mudança?
Mudança na qualidade do ensino público, maior segurança,
saúde pública descente, transporte público eficiente, uso consciente dos
recursos públicos.
Com tantos “profissionais cristãos” talentosos onde estão os
cursos gratuitos de aperfeiçoamento na igreja? Capacitação profissional? Para
aqueles que não possuem condições de pagar por tais cursos...
Homens e mulheres cristãos organizados fazendo pressão
política sobre o poder público para fazer bom uso dos recursos, que são nosso,
da população. Onde estão os 33% que sentam-se nos bancos aos domingos, lotam
espaços, mas de segunda a sábado se calam ao verem a injustiça e insensatez do
uso dos recursos?
Deus sonha com uma igreja que é influência no mundo, sal e
luz, mas cabe a nós, o corpo de Jesus fazermos isso, filhos desse jesus,
nascidos de novo, com nova mentalidade, tornarmos isso não apenas possível, mas
uma realidade.
Como disse o pastor Ariovaldo Ramos durante um congresso com
milhares de jovens, as portas do inferno não prevalecem contra a Igreja de
Jesus, Porta não é instrumento de ataque, mas sim, de defesa. É nossa
responsabilidade, como Igreja de Jesus atacar o inferno e retirar tanto quantos
for possível, para que saiam das trevas e venham para Jesus, e com isso, quero
dizer reconhecer que Ele é o Messias prometido, que morreu e ressuscitou e vivo
está.
Deus conta conosco, para que o “Sonho possível” seja não
apenas viável, mas uma realidade transformadora.
Que Ele nos ajude nessa tarefa, primeiro abrindo nossos
olhos, nos encorajando e nos capacitando.
E assim dizermos como
Paulo, o apóstolo: “Combati, o bom combate, guardei a fé...” 2Tm 4:7.
Em nome de Jesus, aquele que já venceu.
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