7.4.11

Não podemos nos calar.


Como se alegrar num dia em que famílias choram as mortes prematuras de seus queridos (filhos, sobrinhos, afilhados), mãe levam seus filhos para escola e logo em seguida, seus filhos, lindos filhos simplesmente são mortos, por um jovem que nunca saberemos seus reais motivos, decide matar crianças e adolescentes. Mães em que, talvez, sua alegria e esperança, estavam nos filhos, ouvimos sempre, que os filhos mudam uma casa, agora mães e pais terão que conviver com a ausência de seus tão amados filhos. Como a tragédia de hoje no Rio de Janeiro no Realengo e em tantos outros lugares do nosso país.

Achar culpados? Pra que? Com que razão?

Tal perda é irreparável! Não tem volta, não adianta indenizar apenas. A saudade será diária, a dor se transformará, mas pessoas hoje foram marcadas pelo resto de suas vidas.

Como disse com ousadia, Antonio Carlos Costa, presidente da ong Rio de Paz, a questão não é aumentar a segurança nas escolas, é retirar as armas das ruas. Não só no Rio, mas em todo país são necessárias políticas reais de mudança nesse sentido. Como um jovem compra dezenas de munição, sem ao menos ser questionado minimamente sobre isso? E o monitoramento dos portadores de porte de arma? O crescente aumento do tráfico de armas?

Vidas diariamente são tiradas por ineficiência do sistema, não dá para controlar com o efetivo da polícia de hoje. A culpa não é do comando da polícia, mas sim, a falta de profissionais qualificados nas ruas.

Faz-se necessário uma profunda reflexão a respeito do que se viu hoje.

Mas a grande questão é?

Até quando ficaremos calados? Quando vamos cobrar de fatos aqueles que elegemos para que mudem as leis, para que aumentem o efetivo da polícia e melhore o treinamento, e, porque não dizer também a remuneração. Se os policiais recebessem melhores salários, condições de trabalho, não teríamos o problema das milícias no Rio, não teríamos tantos policias “fazendo bico” para aumentar a renda familiar.

É muito fácil falarmos sobre o problema...

Muitos estão lendo essas linhas de seus iphones, ipads, computadores, laptops, distantes da realidade. (me incluo nisso, pois escrevo do meu computador).

Mas não podemos nos calar mais, precisamos fazer coro, exigir mudanças profundas. Porque afinal de contas, trabalhamos quase 5 meses do ano para pagar impostos. E eles são gastos com o que? Pedido de passaporte para religiosos? Nomeação de palhaços para gabinete? Pastorzinho falando que esse ou aquele povo tem maldição?

Não podemos mais nos calar.

Senão, Deus levantará mulas (como aconteceu com Balaão) e as pedras clamarão.

A frase célebre hoje deveria fazer mais sentido: O que me preocupa não é o barulho dos maus, mas sim o silêncio dos bons. (Albert Einstein)

Precisamos nos mobilizar, nos juntar a movimentos sociais sérios, precisamos nos mexer.

Pra pensar: Jeremias 50.31 “Vejam, estou contra você, ó arrogante", declara o Soberano Senhor dos Exércitos, "pois chegou o seu dia, a sua hora de ser castigada”.

Não podemos nos calar.

“ao lado das portas, à entrada da cidade, portas adentro, ela clama em alta voz" Prov. 8.3

Precisamos no mínimo orar, precisamos nos envolver.

É tempo de chorar com os que choram.

Porque a vida vale mais, sempre.